PROCESSO DO SANTO OFÍCIO (INQUISIÇÃO) DE MANOEL DE PAREDES DA COSTA (meu 12º avô) - RESUMO - REV.A



Pesquisador: Antônio Carlos de Castro

Fonte digital: http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2311252

PROCESSO DE MANUEL DE PAREDES

NÍVEL DE DESCRIÇÃO  Documento composto
CÓDIGO DE REFERÊNCIA PT/TT/TSO-IL/028/11071
DATAS DE PRODUÇÃO 1591-07-29 a 1593-08-04
DIMENSÃO E SUPORTE 63 fl.; papel
ÂMBITO E CONTEÚDO
Estatuto social: cristão-novo I
idade: 35 anos
Crime/Acusação: blasfémias Cargos, funções,
actividades: mercador, lavrador
Naturalidade: Lisboa
Morada: cidade de Salvador da Bahia de Todos os Santos
Pai: Agostinho de Paredes, cristão-novo, alfaiate
Mãe: Violante da Costa, cristã-nova
Estado civil: casado
Cônjuge: Paula de Bairros, cristã-velha
Sentença: auto-de-fé privado de 04/08/1593. Repreendido e admuestado, penitências espirituais, pagamento de custas.
O processo decorreu na casa da morada de Heitor Furtado de Mendonça, visitador do Santo Ofício na cidade de Salvador da Baía de Todos os Santos.
COTA  ACTUAL Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa, proc. 11071
TIPO U.I. Outro
EXISTÊNCIA E LOCALIZAÇÃO DE CÓPIAS Cópia microfilmada. Portugal, Torre do Tombo, mf. 6136

Folha de rosto

Nº 11.071 - Processo de Manuel Paredes - Cristão Novo
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Aos vinte e seis do mês de julho de mil quinhentos e noventa e um, nesta cidade de Salvador Bahia de Todos os Santos nas casas das moradas do sr. Visitador do santo oficio, Heitor Furtado de Mendonça perante ele pareceu sem ser chamado um homem que disse haver nome Serprião Velho(denunciante) e por querer denunciar causas tocantes ao Santo Ofício recebeu juramentos das Santas Evangelhos em que pôs sua mão do qual prometeu dizer em tudo verdade e disse haver nome como dito tem e ser cristão velho de todas partes, natural de Viana, casado com Ines de Barros, filho de Fernão Velho e de Maria Lopes,  lavrador de idade
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de trinta e oito anos pouco mais ou menos, morador em Tasuapina, cinco léguas desta freguesia de Nossa Senhora do Socorro na Ponta do Rio de ...  e denunciando disse que haverá quatro ou cinco anos que o cujo dizer ao seu cunhado Jerônimo de Barros (denunciante), cristão velho, morador em Tasuapina, homem solteiro, que estando na Roça na casa da sogra dele, denunciante Catarina Loba mãe dele referido o cujo dizer a Manoel Paredes, cristão novo de pai e mãe que no aspecto parece ser de trinta e seis anos comprido e seco do corpo, preto do rosto, casado com Paula de Barros, cristã velha de pai e de mâe. Irmão da mulher dele denunciante, morador em Tasuapina, perto dele denunciante na dita freguesia que Nossa Senhora Mãe
de Deus não era virgem ou que não podia ser virgem, e que a mãe do dito referido, Catarina Loba, sogra dele denunciante fora a mãe do dito denunciando, Manoel de Paredes, o qual foi mercador e agora e lavrador perguntado se o cujo dizer o proposito o dito denunciado ou em que tempo se antes ou depois do jantar disse que as ditas palavras, respondeu que não é disto lembrado, perguntado em que conta tem o dito denunciado, respondeu que ... fazer as obras exteriores de cristão que é homem que algumas vezes com companhias de comes e bebes se toma do vinho agastando-se ou falando desordenadamente e que algumas vezes junto de si o cujo de joelhos rezar diante de Nossa Senhora que não sabe sua benção e declarou que seu cunhado referido
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e morador nesta cidade na rua do Governador e que vai e vem a sua roça e que se esta curando nesta cidade e vai e vem e que a dita sogra dele denunciante referida esta ora moradora nesta cidade detrás de Nossa Senhora da Ajuda e do costume disse o que dito tem e que o denunciado de seu compadre e são amigos e se comunicam e falam e lhe foi mandado, declaro que disse mais o dito denunciador que depois de acontecer o que denunciando tem o dito Manoel Paredes denunciado disse a ele próprio denunciador na sua roça estando ambos dois os macabeus era gente nobre, ou que fora gente nobre e que deles descenderam alguns homens principais dos cristãos novos e que ele denunciador ficou então embaraçado e não lhe respondeu e que não se lembra
do se fora antes ou depois de comer porém segundo seu parecer ele estaria em seu siso e que é homem de bom entendimento discreto e de boa prática e que de então pesa ... por ele se fez cristão e ficou um escrúpulo de ... José confia lhe e se afastou mais de sua conversação, e disse mais que o seu cunhado referido houvera(?) três a quatro dias pouco mais ou menos perguntando-lhe ele denunciador dele lembra das coisas que ele tinha dito do dito denunciador lhe respondeu que sim e que ainda mais lhe conhecera que um dia indo ele dito a casa do dito denunciado achou uma carta que viera de Lisboa para o dito denunciado em que dele dizia que uma sua parente ou parenta o queimaram ou penitenciaram em Lisboa
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e foi mandado pelo Sr.Visitador ao dito denunciante que tenha segredo e não descubra o que tem dito nesta mesa e assim o prometeu sob carga do juramento que recebeu e assinou com ele Sr.Visitador Manoel Francisco no termo(?) do Santo Ofício nesta visitação o escrevi Heitor Furtado de Mendonça, Serprião e logo disse mais o denunciador que lhe lembra que houvera um ano pouco mais, ou menos que estando jantando a mesa com seu irmão Bernardo Velho que é seu irmão inteiro legítimo dizendo-lhe um mancebo que ouvira um atuara de fiança em um caso de morte no qual também o dito seu irmão era culpado, o dito seu irmão respondeu com cólera, o pesa Deus, por que fizestes e ele atuara(?) que me fez dano por que ele                                                                                                                                    
denunciante conhece ao dito seu irmão por bom cristão e amigo de Deus e que entendeu que dissera aquelas               
palavras com cólera e não respondeu não lhe foi a mão e tornou aqui a assinar Manoel Francisco no termo do Santo Ofício nesta visitação o escrevi. Heitor Furtado de Mendonça, Serprião Velho.
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Aos vinte e nove dias do mês de julho de mil quinhentos e noventa e um anos nesta cidade de São Salvador , Bahia de Todos os Santos ... Gaspar Dias de Figueroa (denunciante) ... , morador na Rua Direita, com idade de trinta anos, natural da cidade do Porto, filho de Sebastião Afonso, piloto de carreira do Brasil e de sua mulher Beatriz Antonio, já
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defunta. ...
... desprezava a figura de Cristo ...  se escandalizou o dito Manoel Rodrigues Ribeiro, mercador, cristão velho ... Álvaro Pacheco, cristão novo, que parece da idade de trinta e cinco anos...
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... em casa de sua mãe Maria Lopes ... Diogo Lopes, ilhoa ... Baltazar Fernandes ... mercador, tido por cristão velho ...
... Francisco Alures, cristão velho ... Francisco da Costa ... Pero Teixeira, cristão novo ... Denis Bravo ... filho de Hercules Bravo, do Porto ...
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... Manoel Francisco, no termo do Santo Ofício, subscrevi, Heitor Furtado de Mendonça, Gaspar Dias de Figueroa.
Aos quatro dias do mês de agosto de mil quinhentos e noventa e um anos ... Jerônimo de Barros (denunciante) ... , cristão velho, nascido nesta cidade, filho de Gaspar de Barros, já defunto e de Catarina Loba, solteiro, lavrador de idade de trinta anos ...
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Lourenço Carrasco, lavrador, morador do Rio da Pitinga, freguesia de Tasuapina ... disse que um homem comia carne as sextas-feiras e sábados ... seu cunhado Manoel de Paredes ... disse perante ele denunciante que tanto tinha a sua virgindade a irmã dele denunciante, Paula de Barros, quando casou com ele como a tinha a Virgem Nossa Senhora, e que a dita sua irmã era já de homem quando com ele casou e não achara virgem no que ele denunciante se escandalizou por o dito seu cunhado ser cristão novo e também se escandalizaram muito mais pessoas presentes que também lho ouviram que é sua mãe, Catarina Loba e seu marido André
Monteiro e sua irmã Vitória de Barros ... Manoel Francisco notário do Santo Ofício nesta ação
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do Brasil o escrevi, Heitor Furtado de Mendonça, Jerônimo de Barros.
Aos trinta dias do mês de julho de mil quinhentos e noventa e um ... Pero Novais (denunciante) ... cristão velho, natural de Guimarães, filho de Antônio Novais e sua mulher Isabel Fernandes Sodré, casado com Águeda Serrão da idade de trinta e oito
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anos, Senhorio do Engenho da Vila de Maré desta capitania e nele morador ... estando ele visitando Maria de Faria, mulher de Dinis Gonçalves Varjão ... disse a ele denunciante que André Monteiro ... que sua enteada Paula de Barros, mulher cristã velha, casada com Manoel de Paredes, cristão novo ... me fez queixume que o dito seu marido Manoel de Paredes
a induzia que não rezasse a Nossa Senhora dizendo-lhe que Nossa Senhora fora uma mulher baixa e seu filho outro tal, enganando o mundo naquele tempo e que os judeus eram gente nobre e fidalga ... e o dito Jerônimo Monis Barreto ... que sua mulher não rezasse a
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Nossa Senhora que ela e seu filho foram de gente baixa  e que a isto ele respondeu o dito Manuel de Paredes que presente também estava que quem isto fizera que não havia de penar por isso. E outro denunciante disse que ... sete anos pouco mais mais ou menos que Fernão Cabral teve dentro da sua fazenda em Jaquaripe desta Capitania um ajuntamento de gentio que vinham do sertão os quais tinham casa de ídolos que chamavam Nova Jerusalém e vulgarmente todos a nomearam a santidade dos negros o qual havia um principal a quem chamavam santinho e a sua mulher chamavam Santa Maria e outrossim denunciando disse que há poucos dias que sua sogra Isabel Serrão lhe disse que uma velha cristã nova
por nome que não lhe lembra, mulher que foi de Heitor Antunes moradora de Malboim nesta Capitania e suas filhas. Uma Dona Leonor, mulher de Henrique Monis morador mesmo em Malboim e outra casada com Sebastião de Faria, moradores no mesmo Rio Malboim que quando juravam e faziam algum juramento diziam desta maneira: que as filhas dizem pelo mundo que tem a alma de meu marido Heitor Antunes e que a dita sua sogra lhes viu e ouviu fazer este modo de juramento algumas vezes e outrossim denunciou que a dita sua sogra lhe disse que ouvira dizer que a dita velha mulher de Heitor Antunes depois que ele faleceu,
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nunca mais comera em mesa, nem carne que se punha detrás da porta e derramava água no chão e levantava a saia e se sentava no chão e que também estando a dita mulher de Heitor Antunes doente a mostrando-lhe um crucifixo de cera que lho tirassem lá, e outrossim denunciou que João Alures Pereira, cunhado dele denunciante ...
... Duarte de Gois de Mendonça ... Beatriz de Sampaio o fez  de Jorge de Magalhães ...
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... dizerem que a alma de seu marido e pai está ainda no mundo, esperando pelo Messias que sabereis porquanto são cristão novos ... assinou com o Senhor Visitador, eu Manoel Francisco Notário do Santo Ofício, nesta visitação o escrevi, Heitor Furtado de Mendonça, Pero Novais.                                                                                                          
                                                Traslado da Ratificação de Pero Novais - Cristão Velho
Aos cinco dias do mês de setembro de mil quinhentos e noventa e um anos
nesta cidade de Salvador ... contra Manuel de Pa
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redes e contra Fernão Cabral de Ataíde e contra a mulher de Heitor Antunes e sua filha Dona Leonor e Beatriz Antunes ...
... os Venerandos Padres do Colégio da Companhia de Jesus, O Padre Manuel do Couto e o Padre Pedro Correa que aqui assinaram com o Visitador ...
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Manoel Francisco notário do Santo Ofício, nesta visitação o escrevi, Heitor Furtado de Mendonça, Pero Novais, Manoel do Couto e Pero Correa.
                                      Testemunho de Bartolomeu Madeira (denunciante), licenciado em Artes
Aos sete dias do mês de agosto de mil quinhentos e noventa e um ... Bartolomeu Madeira, cristão novo natal da há das Palmas, filho de Pero Madeira e sua mulher Ines de Sá, solteiro, de idade de vinte e três anos, morador nesta cidade ...
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... um cursante de seu curso, por nome Bartolomeu Fragoso, tido por cristão novo, e ora orado com o seu tio Gaspar Fernandes no engenho desta cidade ... perante ele denunciante que a dita sua conta estava tão certa, que ainda viesse Jesus Cristo em pessoa e lhe dissesse o contrário ele não o creria ... e voltou a dizer segunda vez da mesmoa maneira em casa dele denunciante, perante ele ...e os que
presentes se achavam ... e disto sabem Júlio Pereira, mestre em artes, homem pardo, e Domingos Pires, licenciado em artes, filho de Antônio Pires ... Manoel de Paredes, cristão novo ... que ele denunciante lhe disse que os cristãos novos são sabidos e agudos ...
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... respondeu que o dito Manuel de Paredes também estava quieto e em seu siso ...
... assinou com o Sr. Visitador Manoel Francisco, notário do Santo Ofício, nesta visitação ... Heitor Furtado de Mendonça, Bartomomeu Madeira
                                                               Traslado da ratificação Bartolomeu Madeira
Aos treze dias do mês de setembro de mil quinhentos e noventa e um ... sendo chamado o Licenciado Bartolomeu Madeira ...
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... que era lembrado fez testemunhado contra Bartolomeu Fragoso, licenciado em artes, e contra Manoel de Paredes, cristãos novos ...
...  juramento ...  os Reverendos Padres do Colégio da Companhia de Jesus, o Padre Antonio Marques e Domingos Ferreira que aqui assinaram com o Senhor Visitador ...
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                                                         Testemunho de Felícia Loba (denunciante), cristão velha
Aos dezenove dias do mês de agosto de mil quinhentos e noventa e um
anos, nesta cidade de Salvador ... , filha de Gaspar de Barros, defunto, e sua mulher Catarina Loba, casada com Pero Dias, mercador, de idade de vinte e oito dias, morador nesta cidade. ... houvera dois anos que em sua casa pelejando com sua tia, com seu cunhado Manuel de Paredes, dizendo-lhe ele que ela sempre estava
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a janela e que as molezas inda que nelas não haviam de ser tão confiadas e dizendo-lhe a dita sua tia que mentia que ela estava recolhida em sua casa e não a janela respondeu ele que estas palavras eu falo tanta verdade com os pregadores e como São João Batista, e logo o repreendeu, e ele se foi, e ela se escandalizou de ouvir aquelas palavras por ele ser cristão-novo. Denunciou mais que houvera quinze anos viu em casa de seu pai o seu cunhado Álvaro Sanches, cristão novo com uma sua irmã bastarda, já defunta, estar picando com sua agulha em uma figura de Nossa Senhora, coroa dela de uma flor Santos e estando picando chegou a mais dela denunciante,
ele perguntou que fazia e ele disse que estava picando uns leões e então sua mãe lhe tomou o livro e viram que estava picada a coroa de Nossa Senhora e pelejaram muito com ele, e isto escandalizou muito por ele ser cristão novo, e sendo mais perguntada disse que o dito Manuel de Paredes se toma algumas vezes do vinho e que não sabe se quando disse estas palavras se estava bêbado ou não, mas lembra-lhe que era pela manhã, antes de jantar e quando o dito Álvaro Sanches picou a dita coroa de Nossa Senhora estava em seu siso era pela manhã, antes do jantar e do costume disse nada mais do que dito tem e prometeu ter segredo pelo juramento que recebeu e por não saber assi
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nar, eu notário, a seu rogo assinei com o Visitador Manoel Francisco, notário do Santo Ofício, nesta visitação o escrevi, Heitor Furtado de Mendonça, Manoel Francisco.
                                                            Testemunho de Catarina Loba (denunciante) – cristã velha
Aos vinte e um de agosto de mil quinhentos e noventa e um, nesta cidade de São Salvador ...
... cristã velha, filha de Henrique Lobo e Isabel de Roboredo, defuntos, mulher de André Monteiro, morador nesta cidade, de idade de cinquenta anos, uma das órfãs que El Rei D.João, mandou a este Brasil, disse que houvera vinte anos que se achou um crucifixo em um monturo de umas casas em que morava um sapateiro que o achou e em pública voz e fama se pôs culpa a Antônio Serrão e sua mulher Catarina Mendes, ambos cristãos novos, moradores nesta cidade e que houvera três anos pouco mais ou menos, que Maria
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Barbosa, mulher viúva honrada, ora moradora no engenho da cidade, avó da mulher de Tomé da Rocha, Capitão de Ceregipe Novo, lhe disse nesta cidade sendo sua vizinha e sua casa que deviam de um homem cristão novo que um seu negro houvera acorrentar(?) um crucifixo e com o trabalho dele acorrentar(?) suava e não lhe declarou mais e que houvera vinte anos pouco mais ou menos que na sua fazenda de Passe ... a Álvaro Sanches, cristão novo, morador ora nesta cidade, casado com uma mameluca, filha bastarda do seu primeiro marido Gaspar de Barros, estar com a dita sua mulher, que ora é já defunta, com as cabeças já sobre um livro e chegando ela denun
ciante que ele estava com um alfinete picando a coroa de Nossa Senhora que estava pintada no dito livro e suas filhas dela denunciantes, Ines de Barros, mulher de Ciprião Velho, Felícia Lobo, mulher de Pero Dias, e Vitória Loba, mulher de Manuel Paredes (?) ... seu filho Jerônimo de Barros, ele disse que Manuel de Paredes, seu cunhado e cristão novo, falara uma palavra contra Deus a qual ele não lembra ...
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... e que estaria bêbado o dito Jeronimo Barros perguntado se se costumava ele embebedar, ele disse que costumava muitas vezes embebedar-se e do costume disse nada, salvo que não fala a Álvaro Sanches e estão em inimizade, e prometeu, e ter segredo pelo juramento que recebeu e por não saber assinar, eu,  notário a seu rogo assinei com o visitador, Manoel Francisco, notário do Santo Ofício, nesta visitação o escrevi, Heitor Furtado de Mendonça, Manoel Francisco.
                                            Testemunho de André Monteiro (denunciante) - cristão velho
Aos vinte e dois dias do mes de agosto de mil quinhentos e noventa e um nesta cidade do Salvador ...
... e disse ser cristão velho natural de Monte Mor o Novo, filho de Manoel Pires e de sua mulher Margarida Dinis, sua mulher, defuntos, cidadão dos da governança desta terra de idade de quarenta e cinco anos, casado com Catarina Loba, e denunciando disse que houvera oito anos, ele disse que seu enteado Jeronimo Barros, nesta cidade, disse que sua irmã, outrossim,
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sua enteada Ines de Barros, ora casado com Ceprião Velho, morador em Passe, que seu cunhado Manuel de Paredes, dissera que Nossa Senhora depois do parto, não fora virgem ... e dizia a sua mulher Paula de Barros que rezasse a Deus e não e não a Nossa Senhora ...
... e o dito Álvaro Sanches ... tomava do prato o toucinho com o dedo polegar da mão e o lançava dissimuladamente debaixo da mesa ... as suas filhas sendo moças,  o dito Álvares Sanches punha na cama debaixo de si as imagens de Nossa Senhora ...
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Denunciou que houvera dez anos teve em sua casa,  um moço de nome Joane, já defunto ... com quem viera do Reino com Manoel Lopes, cristão novo, já defunto, primo de Diogo Lopes Ilhoa e Antonio Lopes Ilhoa, morador em Lisboa ... o dito Manoel Lopes comia carne aos sábados e que as sextas-feiras com o seu irmão
se ajuntavam em roda e acendiam candeias e faziam certas cerimônias ...
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... denunciou mais que houvera cinco anos pouco mais ou menos foi fama geral pública nesta Bahia tida e havida por verdadeira, que Fernão Cabral de Ataíde, tinha, continha dentro na sua fazenda de Jaguaribe a  abusão da Santidade dos gentios e que ele entrava na casa dos ídolos deles e os adorava e reverenciava, como os ditos gentios, e que ele mandara lançar na fornalha uma sua escrava da terra, cristã prenhe e a mandara queimar viva. Denunciou mais que houvera
três anos nesta cidade, em sua casa, falando com Manoel Dias, padre da Companhia de Jesus, sobre uma demanda em que era parte Salvador da Maia, cristão novo. Ele disse que o dito Padre sabia culpas do dito Salvador da Maia, que merecia queimado ... , e prometeu e fez segredo pelo juramento que recebeu e assinou com senhor visitador, Manoel Francisco, notário do Santo Ofício, nesta visitação o escrevi, Heitor Furtado de Mendonça, André Monteiro.
                                                           Traslado da ratificação de Manoel Monteiro
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Aos oito dias de agosto de mil quinhentos e noventa e um anos, nesta cidade de Salvador ....
...  era lembrado ter dito que testemunhara contra Manuel de Paredes, cristão novo, e contra Álvaro Sanches, cristão novo, e contra Manoel Lopes e suas irmãs, cristãos novos. e contra Fernão Cabral e Salvador da Maia ... aos vinte e dois dias do mês de agosto do presente ano no primeiro livro das denunciações a folhas cento e trinta e quatro ...
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... puseram suas mãos direitas, os revendendo padres da Companhia de Jesus, o Padre Estevão Dagram e Domingos Coelho ..
... juramento que recebido tinha, Manoel Francisco, notário do Santo Ofício, nesta visitação o escrevi, Heitor Furtado de Mendonça, André Monteiro, Estevão Dagram e Domingos Coelho ...
                                              Testemunho de Vitória de Barros (denunciante) - cristã velha
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Aos vinte e quatro dias do mes de agosto de mil quinhentos e noventa e um anos nesta cidade de Salvador ...
pareceu sem ser chamada, Vitória de Barros ... filha de Gaspar de Barros e de sua mulher Catarina Loba, casada com
Manuel de Freitas, cristão velho inteiro, mercador, de idade de vinte e cinco anos ... denunciando disse que ela moça da idade de sete ou oito anos pouco mais ou menos, em casa de seu pai, viu em um livro Flor Sanctoris uma imagem de Nossa Senhora ter a coroa e um olho picado de piques de alfinete e disse que Álvaro Sanches, cristão novo, casado com uma sua meia irmã mameluca, filha bastarda de seu pai, a picar não sabe com que intenção. Denunciou mais que houvera seis ou sete anos pouco mais ou menos em Passe, casa de sua mãe se agravou e queixou, sua irmã Paula de Barros, mulher de Manuel de Paredes, cristão
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novo, lavrador, ... que o dito seu marido ... lhe dizera que os cristãos novos e judeus esperam pelo Messias ... Denunciou ... que o dito Manoel de Paredes dissera algumas palavras contra a virgindade da Virgem Nossa Senhora ... não lembra a forma delas, mas o sentido delas era não fica a Senhora depois do parto virgem. Denunciou ainda ...
que Ana Rodrigues, cristã nova, moradora em Maffoim, mulher que fora de Heitor Antunes, defunto, cristão novo, ... depois que o dito marido morreu, via as tardes chamar por ele a sua cova ... e Violante Antunes, filha da dita Ana Rodrigues depois de ele morrer o marido, deixou de vestir camisa lavada ... e ter segredo pelo juramento que recebeu e por não saber assinar, eu,  notário a seu rogo assinei com o visitador, Manoel Francisco, notário do Santo Ofício, nesta visitação o escrevi, Heitor Furtado de Mendonça, Manoel Francisco
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                                                             Testemunho de Jerônimo Monis (denunciante)
Aos quatorze dias do mês de janeiro de mil quinhentos e noventa e dois dias, nesta cidade de Salvador, Capitania da Bahia de Todos os Santos ... apareceu sem ser chamado, Jerônimo Monis e por querer denunciar causas tocantes ao Santo Ofício. ... , disse ser cristão velho inteiro, natural da Ilha da Madeira, filho de Egas Monis, e de sua mulher Dona Ana Soares, de idade, quarenta e sete anos, casado com Dona
Isabel de Lemos, cristã velha, morador na sua fazenda Tasuapina, deste recôncavo, e denunciando disse que junto a sua fazenda é morador Manoel de Paredes, cristão novo, mercador, que nesta cidade foi casado com Paula Barros, cristã velha em sua outra fazenda e na dita fazenda de Manoel Paredes, junto com as suas casas esta arvorada uma cruz de pau muito formosa e bem lançada na qual está pregado um martelo e torquês e os mais martírios de Cristo, tudo de pau bem obrado e na cabeça da cruz esta o letreiro de I.N.R.I. e por que ele denunciante por via de vizinhança ia muitas
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vezes a casa do dito Manoel Paredes, aconteceu no fim de agosto próximo passado, que foi ele denunciante um dia a casa de do dito Manoel de Paredes, e viu estar sobre os braços da dita cruz carne salgada e peixes salgados a enxugar assim a carne e peixe estendida sobre os próprios braços da cruz e neste dia primeiro que ele isto viu não estava então em casa o dito Manoel de Paredes que era vindo a esta cidade, porém depois disto alguns dias tornou ele o denunciante outro dia e viu sobre os braços da mesma cruz outra vez também carne e peixe salgado a enxugar da mesma maneira, então neste dia estava em
casa o dito Manoel de Paredes e via e sabia estar a dita carne e peixe na dita cruz da dita maneira, e por ele ser cristão novo, e a cruz ser muito de nota, vendo ele denunciante de fato desacatamento e irreverência lhe pareceu mal e se escandalizou ...
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... e prometeu, ter segredo pelo juramento que recebeu e assinou com senhor visitador, Manoel Francisco, notário do Santo Ofício, nesta visitação o escrevi, Heitor Furtado de Mendonça, Jerônimo Monis Barreto.
                                                   Testemunho de Inês de Barros (denunciante)  
Vinte e dois do mês de outubro de mil quinhentos e noventa e um dias, nesta cidade de Salvador
... apareceu sem ser chamada, Ines Barros ... disse ser cristã velha, natural desta cidade, filha de Gaspar de Barros, defunto, cidadão que foi desta cidade, e de sua mulher Catarina Loba, mulher de Ceprião Velho, de idade de vinte e sete anos, pouco mais ou menos, morador na freguesia de Tasuapina e denunciando disse
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Que houvera quatro anos, pouco mais ou menos, nesta cidade, em casa de sua irmã Felícia de Barros, lhe contou Maria Barbosa, avó da mulher de Tomé da Rocha, ora moradora no engenho del Rey, que ele comprara um negro, pescador deste gentio da terra, cristão na Capitania de Porto Seguro, da costa deste Brasil, o qual negro lhe contara que sendo ele cativo nesta cidade de um mercador, cristão novo, uma noite vindo ele de pescar e deitando na sua rede sentira ao senhor dentro estar como a fadigado e que fora espreitar então por debaixo da porta e vira o dito seu senhor andar com umas disciplinas nas mãos com muita fadiga
acoutando um retábulo, o qual retábulo, tirara debaixo do colchão e que passeava, e então tornava a dar no retábulo com as disciplinas ...
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... que Heitor Antunes, cristão novo, defunto, tinha na sua fazenda uma casinha separada na qual certos dias, ele com outros cristãos novos, se ajuntavam e faziam ali a esnoga ... um deles era Dinis Andrade, físico desta cidade, outro era Gomes Fernandes, o Velho ...
... que uma das pessoas outra que também isso ouviu, foi Violante Barbosa, prima da dita Maria Barbosa, mulher de Francisco Rodrigues Louren’s, moradora em Massoim e que houvera um mês que ouviu dizer a Afonso Gago, Padre da Companhia de Jesus, residente na aldeia de São Bartolomeu, vindo ele a ir a sua casa, que Ana Rodrigues, viúva cristã nova, mulher do dito defunto Heitor Antunes ... traz sempre no corpo a camisa que tinha vestido quando ele morreu e que dorme no chão. E denunciou que houvera quinze anos, sendo ainda solteira, em casa de seus pais em Passe, estando aí Álvaro Sanches, cristão novo merca
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dor, ora desta cidade, casado então de pouco com Mécia de Barros, mameluca, filha bastarda do dito seu pai, ela denunciante viu ao dito Álvaro Sanches e a dita sua mulher, meia irmã dela, estarem pela sexta, depois do jantar, estarem picando cada um com uma agulha na mão, uma imagem de Nossa Senhora de um livro Flor Sanctoris ...
... E denunciando disse ... seu irmão Jerônimo de Barros ... dizer a Manoel de Parede, cristão novo, seu cunhado ...que Nossa Senhora não podia parir virgem ...
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... ... e ter segredo pelo juramento que recebeu e por não saber assinar, eu,  notário a seu rogo assinei com o visitador, Manoel Francisco, notário do Santo Ofício, nesta visitação o escrevi, Heitor Furtado de Mendonça, Ines de Barros
                                                                   Testemunho de Paula de Barros referida cristã
Aos sete dias do mês de julho de mil quinhentos e noventa e três dias, nesta cidade de Salvador ... Paula de Barros, cristã velha, referida mulher de Manoel de Paredes, cristão novo ... perguntada que sabe ou ouviu mais além do que já tem denunciado nesta mesa de alguma outra pessoa, inda que seja sua
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parente e conjunta, respondeu que não. Perguntada se sabe que alguma pessoa falsa a outra e lhe diga que não reze a Nossa Senhora nem a Jesus Cristo seu filho, dizendo de gente baixa e outras palavras semelhantes ou piores, respondeu que não ...
mas que suas irmãs Felícia Lobo, e Vitória de Barros, não a visitam e conversam com ela testemunha e sempre tiveram diferenças depois que ela casou-se, e outrossim seu irmão Jerônimo de Barros, costumado a embebedar-se e de ruim condição e dizer mentiras é seu inimigo dela e de seu marido Manoel de Paredes, e houvera quatro ou cinco anos que o dito seu marido Manoel de Paredes feriu em um pé ao dito seu irmão Jerônimo de Barros sobre palavras injuriosas que tiveram e que nunca ela, testemunha, viu ou ouviu ao dito seu marido fazer nem dizer coisa nenhuma
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Contra nossa santa fé católica e dez anos há que é casada com ele, e sempre lhe viu fazer coisas de bom cristão e muitas vezes lhe diz ele que se encomende a Deus e a Nossa Senhora lhe de remédio para seus filhos e nunca teve suspeita dele de mau cristão e que esta é a verdade e foi lhe mandado ter  segredo pelo juramento que recebeu e por não saber assinar, eu,  notário a seu rogo assinei por ela com o visitador, Manoel Francisco, notário do Santo Ofício, nesta visitação o escrevi.
                                         Traslado de uma ratificação de Jerônimo de Barros (denunciante) - Cristão
Aos vinte e cinco dias do mês de junho de mil quinhentos e noventa e três anos, nesta cidade de Salvador ... ter testemunhado contra Manoel de Paredes, cristão novo e
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... foi lido o que leu nesta mesa aos quatro dias do mês de agosto de mil quinhentos e noventa e um no primeiro livro de denunciações a folha trinta e quatro verso ...
... os Reverendos Padres do Colégio da Companhia de Jesus, o Padre João Pereira e o Padre Jerônimo Machado ...  ter segredo pelo juramento que recebeu, Manoel Francisco, notário do Santo Ofício, nesta visitação o escrevi, Heitor Furtado de Mendonça, Jerônimo de Barros, João Pereira, Jerônimo Machado
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                                  Traslado da Ratificação de Felícia Loba(denunciante) o fez de Pedro Dias - cristã
Aos dezessete dias do mês de junho de mil quinhentos e noventa e três anos,  nesta cidade de Salvador ...
... foi lido o que se deu nesta mesa aos dezenove de agosto de mil quinhentos e noventa e um np primeiro livro das denunciações nas folhas cem ...
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... os Reverendos Padres do Colégio da Companhia de Jesus, o Padre Pedro Madeira  e o Padre Pedro Correa ...  ter segredo no caso e afim prometeu pelo juramento que recebeu e por não saber assinar, que eu, notário assinei por ela,
Manoel Francisco, notário do Santo Ofício, nesta visitação o escrevi, Heitor Furtado de Mendonça, Manoel Francisco, Pedro Madeira, Pedro Correia.
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As quais culpas, eu Manoel Francisco, notário do Santo Ofício, trasladei bem fielmente das provas que ficam no livro com suas ratificações com o senhor visitador e por concordarem de verbo ad verbum, assinamos aqui ambos, Manoel Francisco, notário do Santo Ofício, nesta visitação o escrevi
E juntas as ditas culpas logo fez mandado do senhor visitador, as fiz conclusas per a pornunciar nelas como lhe parecesse justiça, Manoel Francisco, notário do Santo Ofício, nesta visitação o escrevi  
Vistas estas culpas em mesa, pareceu a todos os votos que não bastam para a prisão, por defeitos das provas, porém que seja chamado d.R. e se lhe façam as sessões ordinárias e que delas resultará o como contra ele se procedera na Bahia. 19 de julho  93
O Bispo                                                    Heitor Furtado Mendonça                                                                                          Fernão Landim                                       Leonardo Armínio                                                                                                    Marcos da Costa                                   Fr. Damião Cordeiro 
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Aos (?) dias do mês de julho de 93, pareceu nesta mesa, sendo chamado, Manoel de Paredes .. recebeu juramento ... que ele confesse a verdade de todas as suas culpas ... e logo por ele foi dito que ele não sente em sua consciência, culpa nenhuma contra nossa fé católica nem
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que pertença a esta mesa do Santo Ofício, mas que ele é bom cristão, e posto o que ele sabe que publicamente se diziam muitas coisas contra ele que são contra nossa Santa Fé Católica ... tudo isto inventado por seus inimigos que falsamente ... e assinou com o senhor visitador Manoel Francisco, notário do Santo Ofício, nesta visitação o escrevi
Aos vinte e dois dias do mês de julho de mil e quinhentos e noventa e três anos ... na casaa morada do senhor visitador .. compareceu Manoel de Paredes ... e por ele foi respondido que ele é muito bom cristão e que nunca disse, não fez cousa contra nossa fé
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... perguntado sobre sua genealogia, disse ser cristão novo, digo que disse que ele não sabe de certo que se é cristão novo, não se é cristão velho, mas que a ele parece ser cristão novo, natural de Lisboa, filho , filho de Agostinho de Paredes, alfaiate, o qual tirou algum tempo esmola per Lisboa para os presos da Santa Inquisição do cárcere das Escolas Gerais, e de sua mulher Violante da Costa, aos quais ele tem por cristãos novos, não que eles lho dissessem, mas que ele assim o entende e ouviu dizer que o pai de seu pai, seu avô se chamava Pero Vaz, e que era lavrador e sua mulher, avó dele, Ines de Paredes, e que seu avô, pai de sua mãe, se chamava Francisco da Costa, mercador de loja e sua
mulher, avó dele,  Beatriz Lopes, teve tios irmãos de seu pai/ Cristovão Vaz,morador nos Ilheus e Luis Lopes, tosador em Lisboa, e Francisco Lopes, boticário em Lisboa, defunto, morreu em uma mina, e tem um tio meio irmão de sua mãe, Henrique Mendes, mercador em Lisboa, ele réu tem irmãos, Francisco da Costa, que morreu em Ilheus, mercador e Gaspar da Costa Serqueiro e mercador em Lisboa, Luis Lopes Sirqueiro, morador ora nos Ilheus, e Pedro Vaz que morreu na Índia, e Maior de Paredes, casado com um mercador do Porto, que diziam ser cristão velho, e Beatriz Lopes casada com Rodrigo Mendes, cristão novo Serqueiro, e mercador em Lisboa e Branca da Costa, casada com Antonio Monis, mercador e cristão novo em Lisboa e Catarina da Costa, casada com Hen
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rique Fernandes, dos Algarves, e tem tios irmãos, Branca da Costa, casada com Pero Cortes, mercador, o qual se tem por cristão novo, a qual Branca da Costa foi presa pela santa inquisição e morreu dentro do cárcere, e depois dela morta tem ele réu por carta que foi ela sentenciada solta e livre, e que por isso sua ossada  foi levada a enterrar com pompa ao Mosteiro do Carmo, e Catarina da Costa, defunta, casada com Tristão Luis, ourives do ouro, e Esperança Mendes, meia irmã da dita sua mãe que foi casada com Luis Brandão vendeiro da Universidade de Coimbra, tem primos com irmãos, Pero Vaz, casado em Santo Domingo, e Isabel Vaz, casada
em Lisboa com mercador, Francisco Cortes, mercador, e Pero Cortes, frade de São Francisco, e Beatriz da Costa, casada com o Doutor Francisco Gomes Gago, e Beatriz Leitoa,  casada com Henrique Lobo, ourives do ouro, e Mor de Paredes, viúva, mulher que foi de André Teixeira nos Ilheus, perguntado se seu pai, mãe, e algum de sus avós, tios e tias, primos e irmãos ou parentes, por qualquer modo que lhe sejam, sabe ou ouviu, que se prendesse ou sentenciasse pela santa inquisição, respondeu que não sabe nem ouviu tal de nenhum mais que a dita sua tia o que dito tem perguntado pela doutrina cristã, ...
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... que ele tem muitos inimigos, que já antes da visitação do Santo Ofício nesta terra entrar, ameaçavam com a Santa Inquisição e o andaram infamando lançando fama
de falsidades que que levantaram, que ele não tem que confessar culpa conta nossa fé e contra o que tem a Santa Madre Igreja e foi-lhe mandado que torne sábado a esta mesa e assinou aqui com o senhor visitador, Manoel Francisco, notário do Santo Ofício, nesta visitação o escrevi.
Aos trinta dias do mês de julho de mil quinhentos e noventa e três anos, nesta cidade de Salvador ... na casa do senhor visitador do Santo Ofício, Heitor Furtado de Mendonça, perante ele pareceu Manoel de Paredes ...
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... respondeu que não tem culpas ... mas que seu cunhado, Jerônimo de Barros, homem que se costuma embebedar e de má consciência e fez inimigo ...
... levantadas falsamente pelo seu parente, digo cunhado, Jerônimo Barros, e por outros parentes e parentas de sua mulher ... que a Virgem Nossa Senhora , não ficara virgem depois do parto ... respondeu que nunca tal disse ... 
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... perguntado de que nação dos cristãos novos, se ele é dos macabeus, ele respondeu que ele não sabe de que geração deles descende ... mas disse que Heitor Antunes, já defunto, de defendia em uma demanda, alegando que descendia dos macabeus, disse ele réu que os macabeus devia de ser alguma nação mais nobre e principal que as dos cristãos novos ou que
era alguma nação de gente como a de cristãos velhos ... nunca disse ...
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... perguntado ... Jerônimo Monis ... respondeu que não podia haver pessoa que tal disesse...
... perguntado ... nunca tal disse ...
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... ele disse que tudo era falsidades levantados por seus inimigos como fora certo e assinou como o senhor visitador aqui, Manoel Francisco, notário do Santo Ofício, nesta visitação o escrevi
(assinaturas) Mendonça               Manoel Paredes
E no dito dia apresentou o réu nesta mesa os papéis de sua letra e sinal que ao diante se seguem, Manoel Francisco, notário do Santo Ofício nesta visitação o escrevi,
... (papéis de Manoel de Paredes)
     
… (cópias das duas pag.s anteriores)
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… (papéis de Manoel de Paredes)
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… (papéis de Manoel de Paredes)                                                                                                                                                   
Os inimigos deste pobre desamparado cercado de tão grandes inimigos sem causa que a todos ter ... muitos ... por me não verem tão boa ...  por vezes a seu tempo se dirão sendo necessário                                                                                                                                                          
André Monteiro
Jerônimo de Barros
Sua sogra Catarina Loba
Todas suas filhas... a mulher ... de fora ainda que ... e podia perseguir ... que me fizesse padecer ... inocente de morte
Pedro Dias
Seprião Velho
Manoel de Freitas
Maria Loba
Dona Maria, mulher de Diogo Monis
Mecia de Lemos
Seus parentes ... os feitores
Senhor, fui mercador nesta terra ...
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Bahia de todos os Sa
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E feitas as ditas audiências e sessões e juntos estes papéis, logo pelo senhor visitador me foi mandado fazer estes autos conclusos os quais logo fiz, Manoel Francisco, notário do Santo Ofício, nesta visitação o escrevi.
Foram vistos estes autos em mesa que vista a falta de prova entre as testemunhas do réu, haver inimizades, como é notório nesta mesa e não haver coisa bastante para condenação, visto também a testemunha Jerônimo de Barros ser de pouco crédito, e as mais considerações que se tiveram, o réu seja repreendido e amoestado nessa mesa e se lhe imponham penitências espirituais que se confesse em um ano cinco meses fora da obrigação da quaresma e reze cinco vezes os salmos penitenciais com as ladainhas. E cinco vezes o rosário de Nossa Senhora. E pague as custas, na Bahia, 31 de julho 1593.
O Bispo                                                 Heitor Furtado de Mendonça
Fernão Cardim                                    Leonardo Arminio
Marcos da Costa                                Mancis da Cruz
Fr. Damião Cordeiro     
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Aos quatro dias do mês de agosto de mil quinhentos e noventa e três anos, nesta cidade de Salvador, Bahia de Todos os Santos pareceu nesta mesa o réu Manoel de Paredes e logo foi lhe publicada a sentença atrás e depois de sua publicação conforme a ela foi repreendido e amoestado pelo senhor visitador que lhe impôs penitência nela declaradas, sendo presentes na mesa o senhor Bispo e os padres assessores e o réu prometeu tudo cumprir e assinou aqui Manoel Francisco, notário do Santo Ofício, nesta visitação o escrevi. (assinado) Manoel de Paredes
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(custas do processo papas pelo réu) 1.838,00 réis
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